Dr. Fernando Marsicano é contemplado com o PRÊMIO SÉRGIO AGUINAGA no 38º Congresso Brasileiro de Urologia, em Brasília - DF.

O 38º Congresso Brasileiro de Urologia, tradicionalmente um dos mais importantes da especialidade no cenário mundial, aconteceu de 12 a 15 de dezembro de 2021, na Capital do Brasil.
Dr. Fernando Marsicano, urologista, membro da Sociedade Americana de Urologia e membro da Comissão Municipal de Oncologia de Belo Horizonte, recebeu a medalha Sérgio Aguinaga, em reconhecimento à relevância do tema abordado na sua tese de doutorado: “Impacto na Qualidade de Vida e na Função Sexual de diferentes Tratamentos Administrados no Tratamento do Câncer de Próstata Recidivado".
O objetivo do trabalho apresentado foi avaliar a qualidade de vida nas diferentes associações de tratamento do câncer de próstata recidivado.
Entre os materiais e método utilizado na realização da tese, foram estudados 200 pacientes com CP remanescente, que foram distribuídos em quatro grupos de acordo com o tratamento recebido:
Grupo 1 - prostatectomia e hormonioterapia de deprivação antiandrogênica (ADT); Grupo 2 - prostatectomia, radioterapia e ADT;
Grupo 3 - apenas ADT;
Grupo 4 – radioterapia associada à ADT.
Todos os pacientes responderam a dois questionários relacionados à qualidade de vida e validados para o Brasil, o Questionário Europeu de Qualidade de Vida, em 5 dimensões e 5 níveis (EQ5D5L) e o Índice Internacional de Função Erétil (IIEF).
Foram também investigadas a presença e a intensidade de infecção urinária, hematúria, hematoquezia, incontinência urinária e estenose uretral após os tratamentos.
O câncer de próstata (CP) recidivado ocorre em 30% dos pacientes, após o tratamento inicial. A qualidade de vida é multidimensional e depende do equilíbrio entre a vida real e a vida desejável.
Na avaliação inicial não foi observada qualquer diferença entre os tratamentos administrados. Entretanto, tiveram diferenças entre algumas categorias:
- Autocuidado: grupo 2 (cirurgia radioterapia terapia de deprivação hormonal) e com os piores índices de qualidade de vida.
- Atividades usuais: grupo 2 com os piores índices de qualidade de vida.
- Ansiedade e depressão: teve um resultado diferente, o grupo 3 (submetido a terapia de deprivação hormonal) foi o grupo que apresentou os piores índices de qualidade de vida.
Acredita-se que isso ocorre nesse grupo devido esses pacientes pertencerem a um estado clínico já mais avançado e também ao efeito colateral da medicação.
- Nas avaliações dos sintomas comumente associados ao tratamento do câncer de próstata, a única variável que apresentou diferença foi a incontinência urinária: grupo 2 com os piores índices de qualidade de vida
- Independente do tratamento, todos os grupos pioraram significativamente a função sexual.
Conclui-se, portanto, que o emprego da radioterapia no câncer prostático remanescente, quando administrada em pacientes operados e em uso de hormonioterapia, compromete de forma significativa a qualidade de vida do paciente, ao contrário da literatura médica até hoje publicada, por isso, a importância da prevenção.
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